Tony Bellotto destaca novo livro "Vento em Setembro" no Trilha de Letras
A TV Brasil traz uma descontraĂda conversa sobre literatura policial do mĂşsico e escritor Tony Bellotto com a apresentadora Eliana Alves Cruz na edição inĂ©dita do programa Trilha de Letras nesta quarta (18/9), Ă s 23h30.
O artista do grupo TitĂŁs volta Ă telinha da atração para falar sobre seu novo livro "Vento em Setembro". A trama Ă© repleta de referĂŞncias musicais, artĂsticas, filosĂłficas e, tambĂ©m, autobiográficas. Tony foi o convidado de estreia da produção literária, entĂŁo apresentada por Raphael Montes, no estĂşdio do canal pĂşblico, em 27 de abril de 2017.
Gravado na BiblioMaison, o animado papo fica disponĂvel em formato podcast nas plataformas digitais. O conteĂşdo tambĂ©m pode ser acompanhado no app TV Brasil Play e no canal do YouTube da emissora pĂşblica. O programa tambĂ©m tem transmissĂŁo na Rádio MEC no mesmo dia, mais cedo, Ă s 23h.
A narrativa de "Vento em Setembro" tem inĂcio em Assis, no interior de SĂŁo Paulo, durante os anos 1970, que remete Ă juventude do autor. Tony, quando criança, viveu em Assis com os pais, dois professores universitários contrários Ă ditadura militar. A obra mescla um misterioso desaparecimento no passado e uma sĂ©rie de pichações em igrejas de Ouro Preto, em Minas Gerais, nos dias de hoje.
Prestes a completar três décadas de carreira no universo dos livros, o escritor também fala sobre seu personagem mais famoso na entrevista exclusiva. Remo Bellini foi o protagonista de quatro romances, cujo primeiro, "Bellini e a Esfinge", lançado em 1995, marcou a estreia de Tony na literatura. Essa trajetória chega aos trinta anos em 2025.
PaixĂŁo pela mĂşsica e pela literatura
O roqueiro do TitĂŁs conta como concilia as carreiras na mĂşsica e na literatura. O experiente artista reflete sobre o tempo dedicado Ă escrita sem deixar de criar novas letras, participar de ensaios e fazer turnĂŞs de shows com a banda que o consagrou.
"A música aconteceu primeiro. Quando eu comecei a escrever para valer profissionalmente, eu já era músico consagrado e os Titãs já faziam sucesso", recorda Tony Bellotto. Desde a estreia na literatura, já se passaram três décadas. "Consigo equilibrar uma atividade com a outra. Quando não estou gravando, compondo música ou fazendo shows, uso umas duas horas pelo menos para escrever", revela.
Ele comenta essa paixão pelas duas atividades. "Penso sobre como consegui escrever onze romances em trinta anos sem parar de trabalhar com música, fazendo turnês e gravando discos. É um impulso muito grande interior que eu tenho de criação. Ele surgiu nos anos 1970 quando eu estava me tornando adolescente. Me apaixonei ao mesmo tempo pela música e pela literatura", conta o artista.
Na conversa, o guitarrista recorda o momento em que se identificou com o instrumento. "Com dez anos eu conhecia a figura do Jimi Hendrix numa matéria de revista. Quando eu vi uma foto dele tocando guitarra, eu falei: 'É isso que eu quero ser da vida', antes de ouvir o que ele tocava. Eu decidi que ia ser um guitarrista", destaca Tony.
A literatura nacional teve papel importante na sua verve de escritor. "Desde cedo me fascinavam muito as histórias. Eu lembro de ter uma consciência lendo os livros do Monteiro Lobato. Eu embarcava, mas tinha a consciência de que alguém tinha escrito aquilo. E pensava: 'Nossa, como a pessoa escreveu isso?'. Já tinha uma essência de escritor se manifestando".
Referências literárias e adaptações
Durante o Trilha de Letras, Tony Bellotto destaca as principais referĂŞncias no paĂs e no exterior que o levaram a escrever romances policiais. Ele menciona autores nacionais como os renomados Rubem Braga e Rubem Fonseca, alĂ©m de Ăcones estrangeiros como Ernest Hemingway e Agatha Christie.
O entrevistado de Eliana Alves Cruz na produção da TV Brasil tambĂ©m dá dicas sobre o enredo da sua nova publicação. O autor tambĂ©m comenta a estrutura da narrativa de "Vento em Setembro" e explica o uso do narrador-personagem no tĂtulo recĂ©m-lançado.
"Não é uma história de detetive, um policial clássico, mas é nessa definição de que existe um enigma a ser decifrado. No romance policial a gente usa muito a ideia de um cadáver na primeira página com o culpado na última e o livro vai ser a trajetória do detetive para solucionar o caso. Não se trata de um assassinato, mas existem vários enigmas. Espero que o leitor se engaje e queira descobrir a resolução", afirma Tony Bellotto.
No papo, ele comenta se interfere nas adaptações de seus textos que ganharam roteiro para o cinema e a televisão. O convidado analisa sobre a ideia de publicar uma série de livros com o seu personagem Bellini, protagonista que teve versão nas telonas, e aborda a série "Dom", sucesso que rendeu três temporadas no streaming.
Sobre o programa
O Trilha de Letras busca debater os temas mais atuais discutidos pela sociedade por meio da literatura. A cada edição, o programa recebe um convidado diferente. A atração foi idealizada em 2016 pela jornalista EmĂlia Ferraz, atual diretora da produção que entrou no ar em abril de 2017. Nesta temporada, os episĂłdios foram gravados na BiblioMaison, biblioteca do Consulado da França no Rio de Janeiro.
A TV Brasil já realizou três temporadas do programa e recebeu mais de 200 autores nacionais e estrangeiros. As duas primeiras temporadas foram apresentadas pelo escritor Raphael Montes. A terceira, por Katy Navarro, jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A jornalista, escritora e roteirista Eliana Alves Cruz assume a quarta temporada, que também ganha uma versão na Rádio MEC.
A produção exibida pelo canal público às quartas, às 23h30, tem janela alternativa na telinha em diversos horários. Na programação da Rádio MEC, o conteúdo também é apresentado às quartas, na faixa nobre, às 23h.
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