PROFISSÃO REPÓRTER - Programa revisita cidades alagadas por chuvas no Rio Grande do Sul um ano após as enchentes que assolaram o estado
Foto: Globo/Divulgação |
As enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul no ano passado ainda marcam profundamente o estado. Foram 184 vidas perdidas e 25 pessoas que continuam desaparecidas, em uma tragédia sem precedentes. Com 478 municípios impactados e 96% do território atingido, o cenário exigiu uma mobilização histórica de equipes de resgate e ações de reconstrução. Um ano depois, Caco Barcellos e as equipes de reportagem do 'Profissão Repórter' retornam — no programa que vai ao ar nesta terça-feira, dia 29 — às áreas mais atingidas do estado para reencontrar voluntários e trabalhadores que atuaram no resgate e mostrar como está o recomeço das famílias afetadas pela tragédia. A repórter Esther Radaelli e o cinegrafista Francisco Gomes visitaram o Vale do Taquari, região já atingida por enchentes em setembro e novembro de 2023. Em Encantado, famílias vivem em módulos provisórios de 27 metros quadrados, a maioria vinda do bairro Navegantes. Por lá, a equipe encontrou um cenário de abandono, mas alguns moradores decidiram retornar, como a aposentada Nodila da Silva, que perdeu tudo: “Voltei em novembro. Tudo o que tenho foi meu braço que trouxe para dentro de casa. Estou devendo a geladeira, o fogão”, conta. O 'Profissão Repórter' também acompanhou audiências públicas realizadas no Vale do Taquari para discutir o zoneamento de risco e o plano diretor de sete municípios da região. Marcelo Arioli Heck, pesquisador da Universidade do Vale do Taquari, contratada pelo governo do estado para elaborar os planos, explica que é preciso ouvir a população para repensar a ocupação dos municípios. As chuvas de maio provocaram 17 mil deslizamentos de terra no Rio Grande do Sul, 562 deles em propriedades rurais de Nova Petrópolis. No distrito de Boêmios, o mais afetado, o morador e geólogo Peter Klaus Hillebrand desenvolveu, junto à Associação dos Descendentes de Imigrantes da Boêmia e à UFRGS, um projeto piloto de monitoramento. A região agora conta com um pluviômetro e sensores de solo que enviam dados em tempo real para identificar o risco de novos deslizamentos e criar protocolos de evacuação. A capital do Rio Grande do Sul enfrenta muitos desafios um ano depois da enchente histórica de 2024. O repórter Thiago Jock voltou a Porto Alegre para mostrar como a cidade vem se recuperando do impacto causado pela água. Na região metropolitana, moradores de Canoas vivem com medo de novas chuvas. Os benefícios criados para ajudar os afetados são burocráticos e demorados, distantes da agilidade que uma situação emergencial exige. As ilhas do Lago Guaíba, em frente à orla de Porto Alegre, estão completamente arrasadas. Habitada por pescadores, a região, que naturalmente enfrenta alagamentos por uma questão topográfica, tornou-se uma zona de grande risco com o agravamento das crises climáticas. Os pescadores não querem sair, pois dependem dos peixes, mas convivem com o medo e as dolorosas lembranças da tragédia de 2024. O 'Profissão Repórter' desta terça-feira, dia 29, vai ao ar logo depois da série 'Os Outros'. |
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