Documentário que reflete sobre qualidade de vida nas cidades estreia na TV Cultura
Explorando as múltiplas dimensões da qualidade de vida, considerando o impacto do urbanismo, da saúde pública e da atividade física, o documentário Medicina: Saúde e Bem-estar estreia na TV Cultura nesta quarta-feira (28/5), às 22h. Sob direção de Luciano Oreggia, o filme dá voz a especialistas que destacam a importância do equilíbrio na vida moderna.
Por meio da análise dos efeitos do saneamento básico, alimentação saudável, mobilidade urbana e políticas públicas, o longa-metragem revela atitudes e práticas macros e micros que podem impulsionar a qualidade de vida das pessoas. Em relação ao planejamento urbano, por exemplo, a urbanista Natália Garcia conta que é necessário voltar a pensar o ambiente urbano na escala do corpo humano. "As cidades foram crescendo tanto, que é como se a gente estivesse morando numa maquete fora de escala. Grande demais, viadutos muito grandes, prédios muito grandes, e aí, o corpo humano precisa sempre de uma armadura: um carro ou de alguma coisa que o leve para cima e para baixo. Mas para além disso, a escala humana também tem a ver com aquilo que faz bem para o corpo humano”, afirma.
Com análises históricas e percorrendo as ruas de São Paulo, a produção também visa investigar a maneira como a economia reflete, ou não, a vida da população brasileira e como a saúde pública se faz necessária para o desenvolvimento de um país. “Se você não pensar numa política de saúde pública, economicamente, o país é inviável, porque a Medicina é muito cara. O acesso a essa Medicina, que a gente chama de terciária, é extremamente caro. Então, o que os países têm feito, e falta aqui no Brasil, são políticas de saúde pública de prevenção, para a base da pirâmide”, diz Márcio Atalla, especialista em Nutrição e Estilo de Vida.
Reforçando a necessidade de ações conjuntas entre os civis e o governo, Garcia conclui que o Brasil, enquanto nação, criou um “senso de desesperança” na mudança da realidade atual. “Esse bloqueio que a gente tem, de dizer que aqui não vai dar certo, é porque o nosso repertório está tão amalgamado que a gente vai criando uma desesperança, uma descrença. Isso faz parte dessa cognição sem espaço para o bem-estar”.
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