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Ex-atleta paralímpica conta como internação para tratar de distúrbios alimentares mudou sua carreira, no Mulheres Positivas

Foto: Record News

Nesta quinta-feira (08/05), o programa Mulheres Positivas, apresentado por Fabi Saad, recebeu a ex-nadadora paralímpica australiana Jessica Smith OAM. Portadora de uma deficiência congênita no braço esquerdo, ela compartilhou no programa uma trajetória marcada por superação, trauma, descoberta e propósito.

Hoje em dia atuando também como escritora e palestrante internacional, logo no início da entrevista ela relembrou os desafios enfrentados desde o nascimento e a forma como sua família lidou com a nova realidade. “Eu nasci sem parte do braço esquerdo, e ainda não sabemos por que isso aconteceu. É apenas uma dessas coisas desagradáveis. Mas meus pais foram aconselhados para que eu colocasse uma prótese o mais jovem possível, para ajudar no meu crescimento e desenvolvimento, para me dar uma infância normal. E então, claro, meus pais queriam fazer tudo que estava ao seu alcance para me ajudar”, contou.

Com uma carreira marcada pela participação nas Paralimpíadas de Atenas em 2004 representando a Austrália, Jessica falou sobre como o esporte se tornou sua maior fermenta de libertação e afirmação. “Quando você conclui algo que outros dizem que não pode ser feito, é bem incrível”, afirmou. Segundo ela, a natação foi uma ferramenta de libertação emocional. “Foi uma sensação de liberdade para mim e de euforia, mas também, metaforicamente, era como afundar todas as coisas ruins que aconteciam na minha vida”, disse.

Apesar das conquistas, a ex-atleta enfrentou sérias dificuldades após os Jogos. Com distúrbios alimentares, foi internada por seis semanas em uma clínica de reabilitação, episódio que acabou por encerrar sua carreira precocemente. “Foi a decisão mais difícil que já tive que tomar, eu literalmente cheguei ao fundo do poço. Voltei de Atenas e fui internada em uma clínica de reabilitação, passei seis semanas internada. É uma história que muita gente não conhece, ainda existe muita vergonha e culpa em torno disso também.", relatou Jéssica.

Uma atleta que vai conquistar coisas pelo seu país de repente chega ao fundo do poço e precisa se afastar e encerrar esse capítulo.

A experiência a levou iniciar uma nova carreira como palestrante e escritora: “Essas batalhas que eu não ganhei são as que eu mais aprendi. A vida e o esporte caminham juntos. Eu sei que existem muitas pessoas que nunca me aceitarão como eu sou, mas não posso controlar isso. Tudo o que posso fazer é ser parte da solução na sociedade — aparecendo todos os dias, fazendo parte dos debates, compartilhando minha história e sendo voz de quem não tem plataforma”, afirmou Jessica.

O Mulheres Positivas, apresentado por Fabi Saad, vai ao ar toda quinta-feira, às 22h30

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