Jorge Aragão, o Poeta do Samba, canta hits autorais no Samba na Gamboa, da TV Brasil
A apresentadora Teresa Cristina recebe o Poeta do Samba, Jorge Aragão, para interpretar seus maiores sucessos e relembrar momentos marcantes de sua trajetória na edição inédita do Samba na Gamboa deste domingo (11), às 13h, na TV Brasil.
O sambista veterano canta repertório autoral com clássicos do gênero. Ele entoa músicas como "Mutirão de amor", "Lucidez" e "Do fundo do nosso quintal", "Identidade" e "Colcha de algodão", entre outras obras. Com quase 50 anos de estrada, o bamba recorda o começo da vida artística, no Cacique de Ramos, a passagem no grupo Fundo de Quintal e a carreira solo.
Feliz com o convite para participar do bate-papo com a cantora e compositora na produção da emissora pública, o artista agradece a oportunidade. "O Samba na Gamboa é muito importante para o nosso segmento", destaca o astro logo no início da entrevista.
Resenha, futebol e comida. Essa era a combinação marcante para o movimento que transformou o samba nas décadas de 1970 e 1980 no Rio de Janeiro. Jorge Aragão conta que ele e os demais compositores envolvidos naquela fase do Cacique de Ramos não tinham percepção de que estavam fazendo história.
"Nós sabíamos o seguinte - e disso tínhamos certeza - qualquer um ali poderia ser líder. Neoci, Bira, Ubirany, Sereno, Almir Guineto. Quando começou a crescer, eram muitas vozes e a gente não conseguia ouvir o que estava cantando ali. O banjo sempre sobressaia. Ia para junto da percussão", recorda.
Jorge Aragão lembra que começou com timidez. "Eu só tocava violão porque se fosse jogar futebol era pior e se fosse fazer comida era pior ainda. Tudo que eu fosse tentar fazer com aquela turma, sabia que eles iam me tirar antes de começar. Então eu ficava naquele cantinho na mesa com o violão", brinca o compositor de 76 anos que fez parte da formação original que criou o grupo Fundo de Quintal antes de seguir carreira solo.
Romantismo: letras de amor continuam atuais
Na semana em que a saudosa Beth Carvalho faria 79 anos, em 5 de maio, ele recorda a importância da madrinha do samba. "Quando a Beth Carvalho chegou, nós já fazíamos uma resenha musical. Escrevíamos a letra num papelzinho na mesa e todos olhavam para cantar. Aí não tínhamos preocupação. Na semana seguinte, fazíamos uma outra música para cantar. Brincávamos de fazer um samba novo", conta ao destacar a relevância da estrela para todo aquele movimento de renovação do gênero.
Jorge Aragão também ressalta três grandes cantoras presentes na sua carreira. Elza Soares gravou, em 1976, a composição "Malandro" que abriu portas para o bamba. A própria Beth Carvalho, no Cacique de Ramos, jogou luz sobre aquela seleção de compositores. E com Dona Ivone Lara o músico teve a chance de compor. "Ter músicas gravadas por Elza Soares, Beth Carvalho e Dona Ivone Lara... Não tenho como mensurar o que eu sinto. É tanto orgulho...", pontua com emoção.
Dono de um talento singular, o sambista é romântico e espirituoso. Durante o papo com Teresa Cristina, Jorge Aragão reflete sobre o amor. "É um privilégio. Como as pessoas foram guardando as músicas e elas foram seguindo. Na minha cabeça, eu fiz a música em uma época em que tinha um pessoal cascudo e que sofria daquele jeito. Eu acho que tenho quebrado a cara porque continua a mesma coisa. O amor é do mesmo jeito. Continua fazendo estragos e, sem querer, acabou contando a história de muita gente. É um sentimento universal", finaliza o artista.
Produção original da emissora pública, o Samba na Gamboa está disponível no app TV Brasil Play e no YouTube do canal. O programa ainda pode ser acompanhado na versão radiofônica que vai ao ar na Rádio Nacional aos sábados, ao meio-dia, para toda a rede.
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