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Inédito, documentário 'A Indústria da Ignorância', que investiga rede de ataque à ciência, estreia no Curta!

Documentário debate a natureza e os efeitos da descrença na ciência (Crédito: Divulgação/Curta!)


Para a imensa maioria da comunidade científica, a crise climática não só é real, mas também é provocada, principalmente, pela ação humana. Ainda assim, diante das evidências cotidianas e de dados robustos, há quem duvide. Essas descrenças têm uma longa e orquestrada trajetória, investigada e debatida no inédito documentário “A Indústria da Ignorância”, que estreia com exclusividade no Curta!.

Dirigido por Pascal Vasselin e Franck Cuveillier, o filme traz imagens de arquivo, pesquisas inéditas, gráficos e depoimentos de especialistas para elucidar e debater como o lobby de grandes empresas e a atuação de instituições privadas trabalham para desacreditar a ciência, colocando em risco o progresso da humanidade.

O papel da ciência ao trabalhar com pesquisas e evidências a fim de explicar fatos observáveis a tornou um alvo. Ao respaldar a preocupação crescente com o bem-estar humano e o equilíbrio da natureza, ela viu os ataques crescerem, numa estratégia que deturpa a própria ciência para obstruir a difusão do conhecimento.

“A palavra dúvida é fundamental para a ciência. Mas há dois tipos de ciência: a estabelecida, na qual não questionamos mais se a Terra é redonda, e a outra, da ciência em andamento, do que estamos estudando, na qual criamos hipóteses. Então, essa estratégia de duvidar é colocar a ciência estável, aceita e estabelecida, como algo ainda sujeito a dúvidas”, alerta o sociólogo da ciência Yves Gingras.

Para investigar as raízes desses ataques, o documentário volta a meados do século XX, quando o cigarro era símbolo de elegância e glamour. Contudo, quando os primeiros estudos indicaram uma relação direta entre tabagismo e o câncer de pulmão, o jogo virou. Acuada, a indústria do tabaco passou a financiar pesquisas com o objetivo não de contribuir para o debate e produzir conhecimento, mas para gerar controvérsia e encobrir o problema.

“O uso explícito da ciência contra a ciência representa uma espécie de divisor de águas. Financiar sistematicamente pesquisas científicas para minar a ciência, combatendo fogo com fogo é um divisor de águas”, afirma a historiadora da ciência Naomi Oreskes.

Pesticidas, vacinas, desastres ecológicos... seja qual for o tema, o filme mostra como o uso do método científico para refutar a ciência estabelecida se disseminou, gerando desinformação, atraso e malefícios sociais e ambientais. Ao debater sobre o futuro da ciência, a atuação de representantes políticos e formas de financiar pesquisas independentes, o documentário alerta para um poderoso território: a internet, que se tornou o fórum ideal para espalhar descrença e desinformação.

“Quando perguntamos por que há um consenso científico, eles recorrem a conspirações sempre que o consenso for conflitante com sua visão de mundo. Quando fazem isso, podem se apegar às suas crenças e descartar o consenso científico”, explica o professor de psicologia da Universidade de Bristol, Stephan Lewandowsky.

“A Indústria da Ignorância” é uma produção da ARTE FRANCE. O filme também pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A estreia é no dia temático Quintas do Pensamento, 15 de maio, às 22h.


Último episódio da série inédita ‘Cinéticas’ celebra trajetória e criatividade de diretoras sul-americanas

A nova geração de cineastas da América do Sul é marcada, além do talento, pela sua variedade de estilos e histórias. Num continente repleto de culturas, tradições e saberes ricos, elas apresentam suas vidas e visões de mundo em seus filmes. Essas ideias são expostas no último e inédito episódio de “Cinéticas”, que estreia com exclusividade no canal Curta!.

A produção, viabilizada pelo canal através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), é dirigida por Caroline Margoni. A obra repassa a carreira de cineastas, analisando cenas que não só marcam seus filmes, como também simbolizam suas trajetórias. O décimo e último episódio, “Nove Cinéticas da América Latina” enfoca o trabalho das diretoras Glenda Nicácio, Everlane Moraes, Dominga Sotomayor, Lucía Garibaldi, Carolina Markowicz, Graci Guarani, Jorane Castro, Renata Pinheiro e Inés Barrionuevo.

“Reconhecer-se diretora é conseguir ser mais do que dizem que você deve ser”, afirma Glenda Nicácio, mineira que encontrou no Recôncavo Baiano suas inspirações e sua força como realizadora negra no Brasil.

Em comum, essas nove cineastas desafiam estruturas e reivindicam espaço dentro de um mercado historicamente excludente. Suas obras, portanto, fortalecem e renovam vozes que eram escondidas. Com tanto a dizer e a mostrar, elas se encontram no talento, reinventando formas de contar histórias.

No episódio, cada uma tem seu espaço para contar como exploram o mundo e como suas perspectivas se juntam às suas memórias para criar os filmes que dão à América Latina, e ao mundo, novas visões.

“Sou uma documentarista de alma. Uma cineasta que gosta das pessoas, do mundo e de estar em movimento. Toda vez que estou parada e com algo estancado, tento romper e transbordar e seguir o fluxo da vida”, ressalta a baiana Everlane Moraes.

No episódio especial, vemos como suas trajetórias foram construídas. Hoje, com obras premiadas, produções celebradas e carreira estabelecida, elas se tornaram modelo para que novas diretoras latino-americanas possam apresentar seus sonhos.

"Eu não tinha referência, construí a partir da minha perspectiva e subjetividade e, para mim, isso é muito importante, pois venho de um corpo coletivo, enquanto kayowá e mulher. E nesse caminho tive oportunidade de conhecer outros profissionais e fui moldando minha própria identidade de fazer cinema. Hoje, a gente tem muitos realizadores, mesmo no meu campo, o indígena", declara Graci Guarani, nascida na aldeia Jaguapiru, no Mato Grosso do Sul.

Com nove episódios de 26 minutos e mais este último, de 56 minutos, “Cinéticas” é uma produção da Alumia Filmes com direção geral e roteiro de Caroline Margoni. Cada episódio pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br), um dia depois da estreia na televisão. A estreia do episódio é no dia temático Quartas de Cena e Cinema, 14 de maio, às 21h30.


Segunda da Música - 12/05

22h20 - “O Menino d'Olho d'Água” (Documentário)

Cada objeto e cada movimento têm seus sons, mas é preciso certa magia para desvendá-los. É isso que faz o ‘bruxo’ Hermeto Pascoal, e sua ligação familiar com os sons é contada neste documentário, com direção de Lírio Ferreira e Carolina Sá. O filme volta às origens do multi-instrumentista para desvendar sua genialidade. A partir de imagens de arquivo, depoimentos inéditos de Hermeto e trechos de uma apresentação que nos levam para seu mundo criativo, recheado de memórias da infância, conhecemos um dos maiores músicos brasileiros. “Como naquela época eu não sabia teoria, eu vinha no ônibus cantando. Eu componho rápido. No ônibus, eu ficava atrás, e vinham as ideias. Eu abria a janela para não fazer barulho e começava a cantar aquilo que estava na minha cabeça. E tinha de cantar sem parar para não esquecer, porque eu não tinha gravador nem nada para registrar”, relembra ele. A obra volta às origens humildes de Hermeto, no interior de Alagoas, para contar sua atração e a influência dos barulhos da natureza. Foi lá que ele encontrou, no cotidiano, os sons que fundaram sua paixão pela música. O documentário explora como ele desenvolve os seus ritmos únicos, mas ao mesmo tempo tão conhecidos. A produção acompanha o dia a dia do músico que, a partir de conversas mundanas, nos revela como sua criatividade aflora. Seu sono, com tosses e roncos, se torna música; animais, como vacas, dão a ele inspiração. Ritos, peças e até um copo cheio d’água podem criar ritmos dançantes que conduzem a plateia. Direção: Lirio Ferreira, Carolina Sá. Duração: 74 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 13 de maio, terça-feira, às 2h20 e às 16h20; 14 de maio, quarta-feira, às 10h20; 17 de maio, sábado, às 22h25; 18 de maio, domingo, às 15h20.

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Terças das Artes - 13/05

22h - “Arte da Diplomacia” (Documentário)

Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto as frentes de batalha na Europa causavam estragos e mortes, Londres, uma das cidades mais bombardeadas no conflito, recebia um suspiro em forma de arte e compromisso de paz. A história de como 70 artistas modernistas brasileiros levaram suas obras para a capital inglesa a fim de ajudar na luta contra o nazifascismo é contada neste documentário, viabilizado pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Com relatos únicos de personalidades como a crítica Aracy Amaral e a historiadora Anita Leocádia Prestes e com imagens de arquivo, o documentário apresenta os motivos, os ideais, as estratégias e as consequências de expor ao mundo a arte brasileira moderna naquele momento. “O que me chamou a atenção era o aspecto diplomático da iniciativa. Ela foi capitaneada por Osvaldo Aranha, que era o chanceler, e que esteve por trás do envio das tropas brasileiras para a Itália. Havia o objetivo claro de reposicionar o Brasil no imaginário e no sistema internacionais. Tratou-se de iniciativa de soft power”, explica o diplomata e pesquisador Hayle Melim Gadelha. O diretor Zeca Brito recorre às origens das relações entre o Brasil e o Reino Unido e ao contexto de dificuldades políticas que os próprios artistas sofriam durante o Estado Novo de Getúlio Vargas para mostrar como a exposição serviu a vários propósitos, entre eles, obter prestígio internacional e mostrar ao mundo que o país chegava a uma nova era, deixando de ser um país exportador de matérias-primas para ser uma nação com peso e importância no campo das ideias. Além de criar e fortalecer laços através das artes, o trabalho diplomático da exposição em Londres contribuiu diretamente na luta contra o Eixo na Segunda Guerra. Sucesso de público, com mais de 100 mil visitantes na Royal Academy, e de crítica, se estendendo para outras sete cidades, o valor arrecadado pela venda das obras foi doado à Força Aérea Britânica, que desempenhava importante papel no conflito. Mais de 160 obras de artistas consagrados, como Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres e Carlos Scliar, compuseram a mostra. Direção: Zeca Brito. Duração: 90 min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 14 de maio, quarta-feira, às 2h e às 16h; 15 de maio, quinta-feira, às 10h; 17 de maio, sábado, às 13h20 e 18 de maio, domingo, às 20h30.

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Quarta de Cinema - 14/05

21h30 - “Cinéticas” (Série) - Episódio: “Nove Cinéticas da América Latina” - INÉDITO E EXCLUSIVO

Os universos criativos de nove cineastas latino-americanas: Graci Guarani, Lucía Garibaldi, Inés Barrionuevo, Carolina Markowicz, Glenda Nicácio, Dominga Sotomayor, Renata Pinheiro, Everlane Moraes e Jorane Castro. A partir de episódios anteriores da série, refletimos sobre o papel da mulher no cinema, suas relações com personagens e os desafios de fazer cinema em um cenário de diversidade e resistência. Duração: 26 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 15 de maio, quinta-feira, às 1h30 e às 15h30; 16 de maio, sexta-feira, às 9h30; 17 de maio, sábado, às 20h15; 18 de maio, domingo, às 12h45. 

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Quinta do Pensamento - 15/05

22h - “A Indústria da Ignorância” (Documentário) - INÉDITO E EXCLUSIVO

Tabaco, mudança climática, pesticidas... Nunca o conhecimento científico pareceu tão vasto, detalhado e compartilhado. Ainda assim, parece ser cada vez mais desafiado. Não é mais surpreendente ver corporações privadas colocarem estratégias em prática para confundir o debate público e paralisar a tomada de decisões políticas. Sobrecarregados pelo excesso de informação, como podemos nós, como cidadãos, separar os fatos da ficção? Este filme desmonta o funcionamento desta manobra inteligente que visa a colocar a ciência contra si mesma. Recorrendo a arquivos que já foram confidenciais, animações gráficas e depoimentos de especialistas, lobistas e políticos, esta investigação mergulha na ciência da dúvida. Junto com uma equipe de especialistas (filósofos, economistas, cientistas cognitivos, políticos ou mesmo agnotologistas), exploramos exemplos concretos de criação de dúvidas e tentamos entender todo o processo e as questões por trás dele. Direção: Pascal Vasselin, Franck Cuveillier. Duração: 52 min. Horários alternativos: 15 de maio, sexta-feira, às 2h e às 16h; 17 de maio, sábado, às 15h; 18 de maio, domingo, às 23h; 19 de maio, segunda-feira, às 10h.

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Sextas de História e Sociedade - 16/05

23h - “Dinheiro Sujo: Por Dentro da Economia Soviética” (Série) - Episódio: “A Vitória Soviética” - INÉDITO E EXCLUSIVO

Como a URSS — considerada uma potência industrial de segunda linha — conseguiu derrotar os exércitos da Alemanha nazista e garantiu seu lugar entre os vencedores? Em apenas três décadas, da Revolução Russa até a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética se transformou em uma potência econômica e militar. Para manter sua posição e proteger suas terras e conquistas, o país elaborou um plano industrial ousado. Historiadores explicam como a URSS, que se esperava que fosse perder a guerra, mobilizou seu povo e seus recursos como nenhuma outra nação até então, a ponto de deter o avanço implacável das tropas de Hitler. Direção: Gil Rabier. Duração: 45 min. Classificação: A Livre. Horários alternativos: 17 de maio, sábado, às 3h e às 16h; 18 de maio, domingo, às 22h; 19 de maio, segunda-feira, 17h; 20 de maio, terça-feira, às 11h.

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Sábado - 17/05

18h40 - “Inconveniências Históricas” - Episódio: “João Cândido, O Inconveniente”

No início do século XX, um período marcado por políticas de embranquecimento ao redor do país, estoura uma revolta liderada pelos pretos e pardos da Marinha brasileira: a Revolta da Chibata. Audaciosa, inteligente e meticulosamente planejada, a Revolta lançou por terra as teorias de superioridade racial que atravessavam o país. E apresentou ao Brasil a figura de João Cândido, um homem que experimentaria ao longo de toda a sua vida o fardo de ser um herói negro no Brasil. Direção: Belisario Franca, Pedro Nóbrega Duração: 26 min. Classificação: 10 anos.

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Domingo - 18/05

14h20 - “Éramos Todos Loucos” (Documentário)

Os realizadores da comédia “Vai trabalhar, vagabundo”, de 1973, reveem e comentam, 40 anos depois, o filme-manifesto mais oblíquo, suingado e debochado dentre vários que aquela geração produziu contra a falsa moral e bons costumes do autoritarismo vigente. “Vai trabalhar vagabundo” criou para os censores da época uma dificuldade ao se verem diante de uma expressão da alma carioca, encarnada no genial personagem Secundino Meireles, o Dino, eternizado na interpretação de Hugo Carvana. O ator, formado na chanchada, dirigiu um filme emblemático, que representou o renascimento da comédia carioca, como seus amigos contam nos depoimentos gravados para este documentário, realizado pelos filhos de Carvana. Direção: Pedro Carvana e Rita Carvana. Duração: 49 min. Classificação: 14 anos.

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