Série inédita sobre a importância do som nas trilhas sonoras no cinema nacional estreia no Curta! e CurtaOn, em maio
No primeiro episódio, Abujamra conversa com a diretora de som Tide Borges (Crédito: Divulgação/Curta!)
São muitos os filmes que ficaram marcados não só por cenas icônicas, mas também por suas canções, seus efeitos sonoros e sua música incidental. Na série documental inédita “Na Trilha do Cinema”, o compositor, ator e produtor André Abujamra recebe profissionais que se dedicam às trilhas sonoras e ao som de forma mais ampla, para descobrir como os sons foram pensados. A produção estreia com exclusividade no canal Curta! em 28 de maio, às 21h30, e seus episódios poderão ser vistos no dia seguinte no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br).
Viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), “Na Trilha do Cinema” é uma produção da Movioca e tem direção de Hewelin Fernandes. Abujamra, produtor de dezenas de trilhas para o cinema, conversa com profissionais do som e compositores sobre os bastidores das canções, os desafios enfrentados por eles e a importância da música na narrativa cinematográfica.
“O som não é só um elemento de efeito, não. O som é dramaturgia”, afirma Abujamra.
A série valoriza o trabalho e a importância do som nos filmes nacionais a partir de depoimentos inéditos de técnicos, designers de som, montadores e cineastas. A cada episódio, um aspecto do universo sonoro do cinema será abordado: Tide Borges fala sobre som direto e Daniel Turini sobre edição de som e mixagem; Waldir Xavier e Luiz Adelmo aprofundam-se no desenho de som; Guta Roim revela os segredos do foley (sonoplastia); Miriam Biderman discute a edição de som; Antonio Pinto explora a composição; Flavia Tygel mergulha na trilha sonora e, no último episódio, André Abujamra conversa sobre o tema com ele mesmo.
“Trilha que funciona bem é quando ela está na linguagem. É quando você está no cinema e isso se mistura nas texturas e tudo mais”, define Flavia Tygel.
Confira as sinopses dos episódios:
Tide Borges: Abujamra conversa com Tide Borges, professora de som e uma das primeiras mulheres a trabalhar com som direto. Tide vai relembrar como foi captar o som de filmes como a “Hora da Estrela” (1985), “Hotel Atlântico” (2009) e o documentário “O Pó da Terra” (2016). Ela conta sua trajetória como profissional e mulher no cinema nacional.
Waldir Xavier: Abujamra recebe Waldir Xavier, que editou o som dos filmes de Karim Ainouz. Ele trabalhou nos longas “O Céu de Suely” (2006) e “Madame Satã” (2002): filmes de um mesmo diretor com paisagens sonoras bem diferentes. Ele fala sobre a importância do desenho de som como experiência física, afetiva, hipnótica no seu trabalho de concepção de som.
Guta Roim: Qual a importância do foley (ou sonoplastia) no cinema nacional? Neste episódio, Guta Roim, profissional especializada, conta que a técnica faz toda a diferença no som do cinema, principalmente nas animações. Ela fala como foi fazer o foley das animações “Tromba Trem” (2022), “Tito e os Pássaros” (2018) e “Bizarros Peixes das Fossas Abissais” (2023). A sonoplastia é a técnica de criar e gravar efeitos sonoros em estúdio, que são depois adicionados à pós-produção dos filmes.
Daniel Turini: Daniel Turini é da nova geração de editores de som formados em cinema. No seu currículo estão mais de cem filmes, entre eles “Memórias Sentimentais de um Editor de Passos” (2006), seu primeiro filme, “O Animal Cordial” (2017), o documentário “Piripkura” (2018) e “Era uma vez Brasília” (2017), produções que são citadas neste episódio. Daniel também fala sobre o trabalho de mixagem nos filmes.
Mirian Biderman: Uma das primeiras mulheres a trabalhar com trilha sonora na história do cinema nacional, a editora Miriam Birderman assina mais de 150 trilhas. Neste episódio, ela conta como foi a sua primeira experiência de trabalho como editora de som no filme “Festa” (1989), de Ugo Giorgetti.
Antonio Pinto: Antonio Pinto é um dos principais compositores do cinema nacional da atualidade. No episódio, Abujamra e Antônio Pinto conversam sobre os filmes “Menino Maluquinho” (1995) e “Central do Brasil” (1998), onde dividiu o trabalho com Jaques Morelenbaum, e “Abril Despedaçado” (2002), sendo os dois últimos de Walter Salles. O compositor também conta como construiu sua carreira na música de cinema no mercado internacional.
Luiz Adelmo: André Abujamra recebe o engenheiro de som Luiz Adelmo, que é também autor do livro “Som-Imagem no Cinema”. Eles destrincham o desenho de som dos filmes “O Palhaço” (2011) e “O Homem Que Copiava” (2003), de Jorge Furtado. Eles conversam sobre o sound design, termo que foi utilizado pela primeira vez por Walter Murch, quando fez o som de “Apocalypse Now” (1979).
Flávia Tygel: Neste episódio, Abujamra conversa com a compositora Flávia Tygel, que assinou, entre outras trilhas sonoras, as dos filmes da documentarista Suzana Lira. Entre eles, estão “Nada Sobre Meu Pai” e “Torre das Donzelas”. Flávia também conta como foi o trabalho para fazer a música de “Meu Casulo” (2023) e “As Polacas” (2023).
Abujamra: No último episódio, Abujamra entrevista a si mesmo. Numa conversa bem-humorada, revela como a trilha sonora surgiu na sua vida e como foi o trabalho de som dos filmes “Carlota Joaquina” (1995), “Carandiru” (2003) e “Durval Discos” (2002).
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