Foco Milena Times é destaque desta semana na Embaúba Play

REPRESA (Foto: Divulgação)

Por ocasião do lançamento de Ainda não é amanhã, primeiro longa-metragem da pernambucana Milena Times, a Embaúba Play reúne os curtas-metragens da diretora na plataforma, como oportunidade de conhecer mais a fundo sua obra. Além de seu trabalho de direção, Milena atuou como assistente de direção em filmes como Aquarius (Kleber Mendonça Filho, 2016) e A Febre (Maya Da-Rin, 2019), fundou a produtora Espreita Filmes e co-dirigiu, ao lado de Hilton Lacerda, a série de TV Chão de Estrelas, atualmente em pós-produção. Seus curtas revelam um olhar sensível para personagens que habitam a solidão, mas que, por vezes, são atravessadas por vínculos improváveis. São histórias construídas a partir de uma dramaturgia sutil, em que o silêncio, o cotidiano, a casa e o trabalho assumem uma centralidade. A atenção aos espaços íntimos das personagens se desdobra de formas distintas: em Represa, através da tensão e do suspense; em Au Revoir, por meio da delicadeza e do afeto.

Por que assistir “Represa”?

Represa (2016) combina o gênero do suspense com uma reflexão sobre a solidão. O filme acompanha um homem que vive recluso entre o trabalho solitário em uma loja de conveniência e os momentos silenciosos em sua casa, de pouco contato com outras pessoas. Aos poucos, seu cotidiano passa a ser atravessado por uma atmosfera fantasmagórica, quando ele percebe indícios de presenças estranhas em sua residência. Perturbado, decide investigar o que está acontecendo — e, com isso, o suspense se intensifica, mergulhando o espectador num clima de inquietação.

AU REVOIR (Foto: Divulgação)

Por que assistir “Au Revoir”?

Au Revoir (2013) lança um olhar delicado sobre a relação entre envelhecimento e solidão. Uma mulher brasileira vive sozinha na França, enquanto sua mãe está em um processo de adoecimento no Brasil. Certo dia, uma vizinha idosa lhe pede que cuide de seu gato, iniciando um vínculo inesperado. Aos poucos, a convivência revela que a vizinha também enfrenta a solidão e um processo de fragilidade física. Com sensibilidade e sutileza, o filme acompanha o nascimento de um afeto silencioso entre as duas mulheres, em meio à finitude e à partilha de acolhimento.

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