TRIBUTO - O legado de Dennis Carvalho nas telas e por trás das câmeras

Foto: Globo/Beatriz Damy

“Modéstia à parte, a gente fez muita coisa bonita”, se orgulha Dennis Carvalho ao revisitar cenas de alguns de seus grandes trabalhos na televisão, seja na posição de diretor ou de ator – às vezes, em ambas. Nesta sexta-feira, dia 13, após o ‘Globo Repórter’, ‘Tributo’ mergulha na história de um dos mais importantes criadores e intérpretes da televisão brasileira. O projeto original Globoplay e TV Globo chega à segunda temporada e busca reverenciar, aplaudir e manter vivo o legado de talentos que continuam brilhando nas telas e nos palcos. No especial, com a presença de amigos, familiares, parceiros de cena e de vida, Dennis Carvalho partilha memórias hilárias, curiosidades de bastidores, e recebe, emocionado, o carinho de quem muito se orgulha de ter convivido e trabalhado com ele.

A relação profissional de Dennis Carvalho com a televisão despontou em meados da década de 1960. Com passagens pela TV Paulista e pela TV Tupi, chegou à TV Globo em 1975, contratado para atuar na novela ‘Roque Santeiro’, que acabou tendo sua exibição proibida pela censura. Foi então com a novela ‘Locomotivas’ (1977), onde interpretava o personagem Netinho, que Dennis viveu sua primeira experiência em direção, conduzindo algumas cenas nas últimas semanas da trama e iniciando a tão marcante outra função de sua carreira artística. “Um talento imenso nas duas posições. Um grande ator e um grande diretor”, destaca Boni, ex-vice-presidente de operações da Rede Globo.

Depois de emendar vários trabalhos, Dennis deu vida a Pedro Henrique, no emblemático seriado ‘Malu Mulher’ (1979), onde viu consolidar sua vocação para a dupla jornada, tendo como um dos principais mentores o diretor Daniel Filho. “Quando eu estava fazendo uma novela, como ator, com o Daniel, e não estava gravando, subia no switcher [de onde se conduz as gravações] e ficava ao lado dele aprendendo como ele dirigia. Foi uma aula para mim”, lembra. Mais tarde, Dennis seria responsável pela formação de vários diretores, que fizeram questão de homenageá-lo: “O Dennis é o maior formador de diretores da Globo. Eu não tenho a menor dúvida disso. Se você fosse um bom assistente de direção do Dennis, você viraria um grande diretor. Não é à toa que ele promoveu diretores como Ricardo Waddington, Luisa Lima, Amora Mautner, Henrique Sauer, Mauro Mendonça Filho, eu”, afirma José Luiz Villamarim, diretor de dramaturgia da TV Globo.

No especial, o público também conhecerá mais sobre uma das parcerias mais bem-sucedidas da teledramaturgia brasileira, entre Dennis Carvalho e o autor Gilberto Braga, que resultou em obras atemporais como ‘Vale Tudo’ (1989), ‘Anos Rebeldes’ (1992) e ‘Celebridade’ (2003). “O Dennis é muito ousado”, destaca a diretora Maria de Médicis, ao descrever o que chama de “direção revolucionária” de ‘Vale Tudo’. “A parceria dele com Gilberto Braga é um pilar da televisão brasileira”, resume o diretor Mauro Mendonça Filho. Entre erros e desafios, o homenageado lembra ainda experiências difíceis, como nas novelas ‘Babilônia’ (2015) e ‘Segundo Sol’ (2018) – sendo a última escrita por João Emanuel Carneiro.

Dono de bordões como “Fora, Vídeo Show!” e o sonoro “Silêncio!”, o diretor e ator se diverte ao se juntar às lembranças das atrizes Renata Sorrah e Camila Pitanga, duas das muitas cúmplices de suas famosas cenas falsas, uma criação do diretor para “pregar peças” em colegas de elenco e equipe, levando aos bastidores uma das características mais marcantes de Dennis Carvalho, o seu bom humor. “O Dennis é muito conhecido por chegar no estúdio já chamando por todos, se fazendo notar”, resume Malu Mader. A homenagem ao ator e diretor ainda contou com a presença de Glória Pires, Arlete Salles, Deborah Evelyn, Laila Garin, Lilia Cabral, Otávio Muller, Claudia Abreu, Tony Ramos, entre outros.

‘Tributo’ é uma série Original Globoplay e TV Globo com redação de Nathalia Oliveira, Carlyle Junior e Lalo Homrich; direção artística de Antonia Prado; direção de Matheus Malafaia e Marcos Nepomuceno, produção de Elaine Sá, produção executiva de Fernanda Neves e direção de gênero de Claudio Marques.

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